O meu amor por esportes se confunde com a minha existência. Desde menino, sou um verdadeiro apaixonado por futebol e, quando jovem, tive a maior alegria de ter feito parte do elenco das equipes baianas do Leônico, Esporte Clube Bahia e Vitória. Como tricolor apaixonado que sou, ter feito parte da ascensão do Bahia em seu heptacampeonato foi um verdadeiro sonho. Mas findada essa fase no futebol profissional, o esporte continuava vivo e deveria fazer parte da minha vida. Foi assim que me formei em Educação Física e passei a dar aulas nas escolas da rede pública estadual.
Apaixonado pela sala de aula, com um olhar sensível aos meus alunos ao ver de perto a transformação que o esporte promove na vida de jovens e crianças, com as influências políticas correndo na veia, seguindo o exemplo do meu tio, o ex-prefeito de Salvador Virgildásio Senna, e do meu pai, Virdálio de Senna, ex-vereador em Nazaré das Farinhas, decidi trilhar na vida pública defendendo uma das coisas que mais amo: o esporte. Desde quando me tornei vereador no primeiro mandato, em 2001, tenho elaborado diversos projetos na Câmara Municipal de Salvador voltados para ações que eduquem por meio do esporte, com o intuito de permitir que a juventude tenha a oportunidade de praticar atividades socializantes, bem como de reconhecer e valorizar os profissionais de Educação Física e também ex-atletas profissionais que se destacaram em tempos áureos e hoje passam por uma série de dificuldades.
Os mecanismos e objetivos de se praticar esportes podem ser variados e, por isso, o poder público precisa estar preparado para propiciar todos eles. De um lado, temos as escolinhas de futebol nos bairros, que contribuem para a socialização de crianças e o afastamento delas do mundo das drogas, podendo também revelar grandes talentos. Temos as aulas de educação física nas escolas, que propiciam o desenvolvimento do corpo, da mente e da saúde, e também temos a vertente da formação esportiva profissional, que é quando o atleta treina para nos representar nas competições esportivas oficias, como a Copa do Mundo e, mais diversamente falando, as Olímpiadas. Como bem disse Agda Correia Silva em seu artigo “Arigatô Tóquio 2020”, publicado recentemente em um site esportivo local, foi uma experiência maravilhosa assistir aos Jogos de Tóquio 2020 e poder observar o espetáculo dos nossos atletas, em especial dos baianos, nessa grande competição, quando ela ressalta a importância de se investir mais nos nossos atletas.
Vimos o gigante baiano Isaquias Queiroz brilhar na competição e conquistar ouro na canoagem, mostrando o porquê de ser considerado o melhor da modalidade. Vimos o foguete aquático Ana Marcela Cunha, de Salvador, que fez uma prova impecável e também levou o ouro, além dos nossos outros representantes soteropolitanos do boxe, Hebert Conceição, que também é ouro, e Bia Ferreira, que conquistou a prata na modalidade.
Como diretor de Esportes no primeiro mandato do prefeito ACM Neto, de 2013 a 2016, vi o crescimento dessa área na Prefeitura de Salvador e sei da importância de se ter uma secretaria própria para dar mais autonomia e direcionar recursos que ampliem e fortaleçam as atividades esportivas em nossa cidade. Todos os avanços conquistados nos últimos oito anos ampliam a necessidade de consolidar e expandir esse legado, como a reforma e construção de centenas de quadras, campos e ginásios de esportes, o aumento da prática de ciclismo com diversas pistas pela cidade, além da arena aquática, a Maratona Salvador, entre tantos outros.
E é nesse sentido que, através de um projeto de indicação apresentado recentemente à Câmara Municipal e direcionado ao prefeito Bruno Reis, indico a criação da Secretaria Municipal de Esportes de Salvador. Tenho dito: o esporte transforma vidas e, por isso, temos o compromisso de ser agentes dessa transformação.
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